18/02/2025 17:36:00

Dólar passa a cair e atinge R$ 5,67 após leilão do BC

Dólar caiu após leilão do BC e com negociações sobre a Guerra da Ucrânia em foco

Dólar passa a cair e atinge R$ 5,67 após leilão do BC - Notícias - Mato Grosso digital

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar oscilava pouco nesta terça-feira (18), mas passou a ter queda firme após a realização de um novo leilão de linha de US$ 3 bilhões do Banco Central. Os investidores também monitoravam as conversas entre Estados Unidos e Rússia na Arábia Saudita pelo fim da Guerra da Ucrânia.

 

Às 14h40, a moeda americana caía 0,34%, a R$ 5,692. O movimento ia na contramão dos mercados estrangeiros, onde o dólar se valorizava ante boa parte das divisas globais. O índice DXY,que compara o dólar a uma cesta de outras seis moedas fortes, avançava 0,36%. Já a Bolsa tinha alta de 0,21%, aos 128.823 pontos.

 

Nas primeiras negociações da sessão, o dólar apresentava leve alta, seguindo a tendência do dia anterior -quando encerrou com alta de 0,26%, a R$ 5,71-, mas inverteu o sinal e passou a cair.

 

O movimento de queda se intensificou por volta do meio-dia, pouco depois do leilão do BC, realizado entre 10h30 e 10h35. Na mínima da sessão, chegou a atingir R$ 5,675.

 

Na última sexta-feira (14), a moeda dos EUA fechou a R$ 5,696, menor valor em três meses. Caso o movimento de queda desta terça se consolide, o dólar pode renovar a mínima do ano.

 

Neste início de sessão, o foco do mercado nacional estava voltado para o Banco Central, que realizou um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de US$ 3 bilhões, entre 10h30 e 10h35. Foram aceitas cinco propostas, a uma taxa de corte de 5,411%.

 

A venda foi realizada com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, que marcava R$ 5,7046.

 

Esta foi a terceira vez que o BC realizou uma operação de linha no ano e sob a gestão do novo presidente, Gabriel Galípolo. Em 20 de janeiro, dia da posse do presidente dos EUA, Donald Trump, a autarquia vendeu um total de US$ 2 bilhões em dois leilões de linha. Em 29 de janeiro, a instituição vendeu outros US$ 2 bilhões.

 

Nesta sessão, a autarquia também realizou um leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025.

 

No dia anterior, com os mercados americanos fechados em razão do feriado do Dia dos Presidentes, o foco do mercado brasileiro foi a agenda doméstica, tendo como destaque o cenário de desaceleração econômica evidenciado pelo IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), além do último boletim Focus, que prevê uma inflação ligeiramente mais alta para 2025 e 2026.

 

Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver uma inflação ligeiramente mais alta ao fim deste ano, de 5,60%, frente 5,58% do boletim da semana passada. É a 18ª semana seguida de aumento da previsão. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira é de 4,35%, de 4,30% anteriormente.

 

O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A expectativa para a taxa básica de juros (Selic) se manteve em 15% para 2025, enquanto para 2026, a projeção é de que a taxa atinja 12,50%.

 

Já o preço do dólar deve encerrar 2025 e 2025 em R$ 6. O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer 2,01% neste ano, abaixo da projeção da semana anterior de 2,03%.

 

No resto do dia, as atenções devem se voltar para o cenário externo, uma vez que os mercados dos EUA reabrem após feriado na véspera e os investidores ponderam sobre as incertezas geopolíticas e comerciais.

 

Autoridades norte-americanas e russas se reuniam nesta terça-feira na capital saudita, Riad, para suas primeiras conversas sobre o fim da guerra na Ucrânia, enquanto Kiev e seus aliados europeus observavam ansiosamente do lado de fora.

 

O mercado já monitorou na segunda, e segue nesta terça, de olho em uma possível trégua na guerra entre Rússia e Ucrânia depois de Trump ter ligado, na semana passada, para o presidente russo Vladimir Putin e o presidente ucraniano Volodimir Zelenski para iniciar negociações de paz.

 

O conflito na Ucrânia tem influenciado as decisões de investidores nos últimos três anos, principalmente devido a seu impacto em preços de commodities, como grãos e petróleo.

 

Um fim negociado para o conflito seria bem recebido pelos investidores, que teriam um fator de volatilidade a menos a ser ponderado em suas decisões.

 

O Departamento de Estado dos EUA informou que tanto os americanos quanto os russos concordam em iniciar esforços por paz na Ucrânia e em estabelecer um grupo de trabalho sobre o assunto. Os EUA sugeriram que o fim de sanções que atingem a economia russa estão sendo discutidas.

 

As conversas entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o chanceler russo, Sergei Lavrovchegou, estão programadas para começar nesta terça, em Riad.

 

Reino Unido e Suécia já disseram que vão mandar forças de paz à Ucrânia caso o cessar-fogo ocorra. A guerra que completará três anos daqui uma semana.

 

Alem da questão geopolítica, os agentes financeiros continuam atentos aos conflitos comercias gerados pelas novas ameaças tarifárias de Trump. A percepção é de que as tarifas são mais uma tática de negociação do que planos concretos, e abrem espaço para acordos entre os países que estão na mira do presidente americano.

 

Nesta segunda-feira (17) o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a falar sobre as tarifas recíprocas. Em sua conta no X (ex-Twitter), o chefe do Executivo americano disse que os EUA foram tratados de maneira injusta por países amigos e inimigos.

 

"Se um país achar que os EUA estariam cobrando uma tarifa muito alta, tudo o que precisam fazer é reduzir ou extinguir a tarifa contra nós. Não há tarifas se você fabricar ou construir seu produto nos Estados Unidos", disse.

 

O "tarifaço" tem o potencial inflacionário, ou seja, de encarecer o custo de vida dos norte-americanos, o que pode forçar o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) a manter a taxa de juros em patamares elevados por lá.

 

Quanto maiores os juros por lá, mais atrativos ficam os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os chamados treasuries, o que fortalece o dólar globalmente. Já uma política tarifária mais branda enfraquece a moeda norte-americana, o que torna o dólar mais barato por aqui.

 

Diante das medidas de Trump, o governo brasileiro vê alta de juros por aqui também. Isso porque, se o Fed mantiver a taxa de juros mais alta por mais tempo, o Banco Central do Brasil deve seguir o mesmo caminho a fim de assegurar um diferencial atrativo para investidores na economia brasileira.

 

 

 

Foto: Shutterstock

Por Folhapress/NOTÍCIAS AO MINUTO

 

 

 

 

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