Latam vai a NY mostrar que superou “Chapter 11” – e está melhor que as concorrentes

Quase três meses após relistar seus ADRs na Bolsa de Nova York, a Latam foi à Nyse e tocou a campainha que, de forma simbólica, inicia o pregão do mercado americano. A companhia aérea chilena escolheu os Estados Unidos para receber seus investidores e mostrar que não só o episódio Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA) ficou no passado como o seu desempenho tem superado as concorrentes do setor.

“O que vocês veem em nossos números? Nosso custo, nossa liquidez, nosso nível baixo de endividamento. Isso nos dá oportunidades de crescer, ganhar vantagem sobre aquilo que seja visto como uma oportunidade no mercado”, afirmou Roberto Alvo, CEO global da Latam.

Os ADRs são recibos de ações negociadas em Bolsa nos Estados Unidos. Os papéis deixaram de ser negociados quando a empresa pediu proteção contra credores acionando o Chapter 11 da lei de falências dos Estados Unidos, em 2020, quando a pandemia impactou severamente os numeros das companhias aéreas, com a interrupção de voos. A companhia saiu do Chapter 11 em novembro de 2022.

Na avaliação de Alvo, o movimento da Latam ajudou a companhia a se tornar mais competitiva hoje.

“Os players mais importantes da América do Sul que competem conosco decidiram não se reestruturar. Isso nós da hoje a oportunidade de estar relativamente melhor do que eles. E significa que posso tirar alguma vantagem das decisões difíceis que eles precisam fazer de tempos em tempos”, afirmou.

O executivo disse ainda que a Latam hoje voa com capacidade semelhante à de 2019, antes da pandemia e que sua liquidez gira em torno de 27% de sua receita, com custos sob controle.

“Temos mantido os custos nos mesmos níveis de cinco anos atrás”, disse o CEO.

Durante o evento com investidores, a Latam trouxe previsões melhoradas para 2024. A companhia acredita que deve terminar o ano com um incremento de capacidade entre 15% e 16% (ante previsão anterior entre 14% e 16%). O custo por assento, antes previsto entre 4,3 e 4,5 centavos de dólar passou para o intervalo entre 4,2 e 4,3.

O resultado operacional medido pelo Ebitdar (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos de reestruturação ou de arrendamento) agora está previsto entre US$ 3 bilhões e US$ 3,15 bilhões (ante projeção entre US$ 2,75 bilhões e US$ 3,05 bilhões).

Ja alavancagem liquida foi revisada do intervalo entre 1,6x e 1,8x para 1,6x e 1,7x.

A reportagem viajou para Nova York a convite da Latam

Foto: NYSE

Por: Mitchel Diniz/InfoMoney