16/01/2025 13:48:00

Gaza registra mais de 80 mortos em ataques israelenses desde cessar-fogo

Entre os mortos, estão 20 crianças e 25 mulheres. A informação foi dada à AFP pelo porta-voz do órgão, Mahmud Basal, responsável pelas operações de resgate

Gaza registra mais de 80 mortos em ataques israelenses desde cessar-fogo - Notícias - Mato Grosso digital

(UOL/FOLHAPRESS) - A Defesa Civil de Gaza informou nesta quinta-feira (16) que Israel bombardeou diversas regiões do território palestino após o anúncio do acordo de trégua na guerra e matou pelo menos 81 pessoas nas últimas 24 horas.

 

Entre os mortos, estão 20 crianças e 25 mulheres. A informação foi dada à AFP pelo porta-voz do órgão, Mahmud Basal, responsável pelas operações de resgate.

 

Outras 230 pessoas ficaram feridas. Os bombardeios aconteceram em Gaza e em Khan Yunis, no sul do território, acrescentou Basal.

 

Número de mortos mais do que quadriplicou de ontem para hoje. Na quarta-feira (15), no mesmo dia do anúncio do cessar-fogo, 20 palestinos foram mortos em bombardeios israelenses.

 

Isso eleva o número total de mortos para 46.788 em mais de 15 meses de combates. No total, 110.453 pessoas foram feridas na Faixa de Gaza desde o início da guerra, que eclodiu após o ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

 

NETANYAHU ACUSA HAMAS DE 'EXTORSÃO'

Sem explicar o que aconteceu, Netanyahu afirmou que o Hamas quer "extorquir concessões de último minuto". Ele falou sobre o assunto em comunicado emitido nesta quinta-feira (16).

 

A expectativa era de que o acordo fosse ratificado pelo gabinete nesta quinta-feira. O cessar-fogo deveria começar no domingo e 73 pessoas já morreram desde o anúncio, segundo divulgado pela Defesa Civil da Faixa de Gaza nesta manhã.

 

Hamas diz que está comprometido com acordo. Pouco após a fala de Netanyahu, o porta-voz do grupo extremista, Izzat el-Reshiq, afirmou em publicação no Telegram que o grupo está de acordo com os requerimentos dos mediadores.

 

ACORDO DE CESSAR-FOGO FOI APROVADO NO QATAR

Acordo foi negociado no Qatar entre Israel e Hamas. O pacto prevê a troca de reféns e prisioneiros em diferentes etapas, assim como a desocupação gradual da Faixa de Gaza por parte das tropas israelenses.

 

Qatar confirmou acordo e apontou que entrará em vigor no domingo (19). O primeiro-ministro do país, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse que a primeira fase durará 42 dias. Os detalhes dos procedimentos para a segunda e terceira fases serão finalizados durante a implementação da primeira fase. Ele ressaltou a "necessidade de ambas as partes se comprometerem com a implementação de todas as três fases do acordo" para evitar "derramamento de sangue civil".

 

Biden disse que americanos serão parte da primeira onda de reféns libertos. O presidente dos Estados Unidos afirmou que o interesse de Israel é achar um fim definitivo para a guerra nas próximas seis semanas, mas que o cessar-fogo irá seguir mesmo se os envolvidos no conflito não chegarem a um meio-termo neste período.

 

Pacto quebra promessa de aniquilação do Hamas por primeiro-ministro. Netanyahu tinha prometido que a guerra só acabaria quando o movimento extremista tivesse sido exterminado.

 

Comissária da União Europeia para o Mediterrâneo confirmou acordo. Apesar da postura de Netanyahu, Dubravka Suica indicou que "saúda o acordo de cessar-fogo e o acordo de reféns entre Israel e o Hamas, que trará o alívio tão necessário para as pessoas afetadas pelo conflito devastador". A União Europeia afirma que "continua empenhada em apoiar todos os esforços no sentido de uma paz e recuperação duradouras".

 

ONU ordenou entrada imediata de ajuda humanitária em Gaza. Além de bombas, os civis foram afetados por fome e frio.

 

Israel divulgou fotos de reféns, mas afirmou que 98 continuam em Gaza. No X (antigo Twitter), a conta oficial do governo publicou: "Não os abraçamos há 467 dias". Entre os reféns, estão duas crianças, mulheres, idosos, adolescentes e jovens. O governo israelense acredita que todos os reféns ainda estão vivos, mas não tem a confirmação do Hamas sobre isso.

 

Hamas queria mapa da retirada de israelenses. Tel Aviv enviou ao grupo palestino os mapas dos locais que planeja realizar a evacuação das tropas e foi a resposta aceitando o plano que faltava para o pacto ser anunciado. O Hamas queria garantias de retiradas principalmente na região de fronteira entre Gaza e o Egito.

 

 

 

 

Foto: Getty Images

Por Notícias ao Minuto Brasil

 

 

 

 

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