28/03/2025 11:13:00
IBGE: desemprego sobe para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro
Embora a taxa de desemprego tenha avançado, o rendimento dos trabalhadores e a quantidade de pessoas com carteira assinada bateram recorde

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro — uma alta de de 0,7 ponto percentual frente ao trimestre móvel anterior (encerrado em novembro de 2024), quando estava em 6,1%. Esta é a terceira alta consecutiva do contingente.
O nível é o menor para os trimestres encerrados em fevereiro desde 2014. A taxa de 6,8% atinge o mesmo patamar da mais baixa dentro da série histórica, iniciada em 2012. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (28/3).
Embora o número de desempregados tenha aumentado, o rendimento dos trabalhadores chegou ao recorde da série (R$ 3.378), bem como a quantidade de trabalhadores com carteira assinada no país (39,6 milhões).
Desemprego em 2024
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No ano passado, a quantidade de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e que procuravam por emprego) totalizou 7,4 milhões e foi o menor contingente em uma década, ou seja, desde 2014 (7 milhões).
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O nível de ocupação (percentual de pessoas em idade apta a trabalhar) de 2024 foi estimado em 58,6% e ultrapassou o recorde anterior de 2013, quando o índice era de 58,3%.
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Em 2024, o país teve 103,3 milhões de pessoas trabalhando — novo recorde dentro da série iniciada em 2012.
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O Brasil criou 1,69 milhão de empregos formais (com carteira assinada) em 2024. Esse número representa alta de 16,5% em comparação a 2023, quando foram criados 1,45 milhão de postos desse tipo.
Brasil tem 7,5 milhões de desocupados
A população desocupada (quem não estava trabalhando e procura por emprego) cresceu 10,4% no trimestre. Hoje, 7,5 milhões estão desempregados no país. No ano, esse contingente recuou 12,5% (menos 1,1 milhão de pessoas).
Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, essa “alta segue o padrão sazonal da PNAD contínua com a tendência de expansão da busca por trabalho nos meses do primeiro trimestre de cada ano”.
A população ocupada (ou seja, em idade apta para trabalhar) caiu 1,2% no mesmo período, totalizando 102,7 milhões de pessoas. Por outro lado, o número de empregados subiu 2,4% no ano.
Segundo Igor Cadilhac, economista do PicPay, o resultado confirma a previsão de “um primeiro trimestre aquecido para o mercado de trabalho brasileiro, que segue muito próximo do menor nível dessazonalizado de toda a série histórica”.
Cadilhac avalia que o mercado de trabalho continua robusto, “embora sinais de deterioração na composição já comecem a surgir”. O economista vê uma desaceleração gradual nos próximos meses.
Ainda de acordo com ele, o mercado de trabalho deve seguir aquecido e pressionando a inflação por um “período prolongado”. A projeção oficial do PicPay é que a taxa de desemprego feche em 7,3% neste ano.
Confira os principais destaques da Pnad Contínua:
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Nível de ocupação: 58%
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População ocupada: 102,7 milhões
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Taxa de subutilização: 15,5%
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População subutilizada: 18,3 milhões
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População desalentada: 3,2 milhões
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Empregados com carteira de trabalho no setor privado: 39,6 milhões (recorde)
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Empregados sem carteira de trabalho no setor privado: 13,5 milhões
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Empregados no setor público: 12,4 milhões
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Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
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Trabalhadores domésticos: 5,7 milhões
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Taxa de informalidade: 38,1%
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Trabalhadores informais: 39,1 milhões
Nº de trabalhadores com carteira assinada bate recorde
A quantidade de pessoas em trabalhos formais (ou seja, com carteira assinada) estabeleceu novo recorde na série histórica, com 39,6 milhões de empregados no setor privado. Houve duas altas: 1,1% no trimestre e 4,1% no ano.
Beringuy explica que “a expansão do emprego com carteira está relacionada com a manutenção das contratações no comércio”.
Por outro lado, o número de empregados sem carteira no setor privado caiu 6% no trimestre e manteve estabilidade no ano, com 13,5 milhões de pessoas. O total de servidores no setor público foi de 12,4 milhões, o que representa recuo de 3,9% no trimestre.
Com essas movimentações, a taxa de informalidade teve ligeira retração de 0,06 ponto percentual em comparação com o trimestre imediatamente anterior e fevereiro de 2024. Há 39,1 milhões de trabalhadores informais (ou 38,1% da população ocupada) no país.
Rendimento médio também é recorde
Os desempregados receberam, em média, R$ 3.343 por mês no trimestre encerrado em fevereiro — valor mais elevado da série da pesquisa, iniciada em 2012. O IBGE classifica isso como rendimento médio habitual.
O rendimento médio subiu 1,3% no trimestre e 3,6% no ano. Segundo a Pnad Contínua, O aumento na comparação trimestral foi puxado pelas altas no rendimento na indústria (2,8%, ou mais R$ 89), na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,1%, ou mais R$ 139) e nos serviços domésticos (2,3%, ou mais R$ 29).
De acordo com Beringuy, a “alta do rendimento no trimestre está relacionada à redução do contingente de trabalhadores informais em certos segmentos das atividades econômicas, crescendo, portanto, a proporção de ocupações formais com maiores rendimentos”.
A massa de rendimento, soma dos valores recebidos por todos esses trabalhadores, ficou na casa dos R$ 342 bilhões — também é novo recorde —, apresentando estabilidade no trimestre e ganho de 6,2% (mais R$ 20 bilhões) no ano.
Foto: Igo Estrela/Metrópoles
Por: Mariana Andrade / Metrópoles
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