Do computador escolar ao smartwatch: Positivo abre leque e lança relógio inteligente

Dando mais um passo em sua estratégia de diversificação do portfólio de produtos, a Positivo Tecnologia (POSI3) entrará no segmento de smartwatches. A companhia fará dois lançamentos de relógios inteligentes com preços competitivos até o final de setembro.

“Os smartwatches chegarão ao varejo, em linha com a nossa missão de democratizar o acesso às tecnologias pelos brasileiros”, diz Cristiano Carvalho de Freitas, diretor de Negócios de Mobilidade da Positivo Tecnologia. Segundo ele, a intenção é dar aos consumidores opções seguras de compras desses produtos. “Fizemos parcerias com fabricantes estrangeiros e vendemos os dispositivos com nota fiscal, garantia e assistência no Brasil. Ou seja, é um acesso mais seguro, pois infelizmente existem no país produtos do mercado cinza”, acrescenta o executivo.

A companhia vai lançar um smartwatch de entrada da marca Positivo, com preço em torno de R$ 300, e oferecerá também um relógio inteligente da Infinix, na faixa de R$ 600.

Desde 2021, a companhia brasileira mantém uma parceria com a Transsion Holdings, uma gigante fabricante chinesa de smartphones e outros dispositivos móveis, para representar a marca Infinix no país.

Os dispositivos contam com as funcionalidades de monitoramento cardíaco, do número de passos e do sono. Além disso, podem ser conectados com aplicativos fitness baixados no celular.

Conforme Freitas, os smartwatches serão comercializados principalmente em plataformas de e-commerce, que costumam ser mais procuradas pelos consumidores desse tipo de tecnologia. “Mas há também uma gama de lojas físicas distribuidoras. Mesmo alguns varejistas que não trabalhavam com esse tipo de produto, estão dispostos a fazer um teste”, comenta.

Um mercado em ascensão

Os esportistas ou pessoas preocupadas com o bem-estar são o público-alvo. “De modo geral, a preocupação cada vez maior dos brasileiros com a saúde cria demanda para smartwatches”, destaca Freitas. A pandemia reforçou a importância da prevenção e controle de doenças crônicas e da adoção de hábitos saudáveis.

No entanto, conforme o diretor da Positivo, o produto também traz comodidade para quem tem rotina agitada de trabalho ou passa muito tempo no transporte, pois permite a visualização rápida de e-mails, lembretes e mensagens.

A Mordor Intelligence, empresa global de pesquisas de mercado e consultoria, projeta que o segmento de smartwatches na América Latina deverá crescer até 2029 em um ritmo de 13,4% ao ano, puxado sobretudo pelo Brasil, Argentina e México. De acordo com o levantamento, hoje, os principais players na região são Apple, Samsung, Fitbit, Huawei e Fossil Group.

A tendência é que, com novos investimentos e entrada de mais fabricantes, haverá um movimento de massificação e redução do preço médio dos smartwatches na América Latina nos próximos anos, aponta a Mordor Intelligence.

Abrindo o leque

A Positivo foi fundada em 1989 por Helio Bruck Rotenberg, seu atual diretor presidente, com o objetivo de fabricar computadores para escolas. Nos anos 2000, passou a fornecer computadores para instituições públicas e também entrou no varejo.

Porém, foi a partir de 2017 que a companhia adotou uma estratégia de diversificação, ampliando seu portfólio de produtos e serviços forma significativa, ressalta Cristiano Carvalho de Freitas, diretor de Negócios de Mobilidade da Positivo.

Segundo ele, o leque da unidade de negócios de consumo contempla PCs, notebooks, tablets, smartphones, dispositivos de casa inteligente e de segurança – sendo que estão chegando os smartwatches neste mês.

No final de maio deste ano, a Positivo concluiu a aquisição da unidade de serviços gerenciados de Tecnologia da Informação (MSP) da Algar Tech. Desse modo, expandiu sua capacidade de implementação e gestão de projetos de transformação digital, inteligência artificial, computação em nuvem, redes e segurança cibernética para empresas e instituições públicas. Com essa transação, a companhia passou a contar com mais de 6 mil especialistas e consultores de TI, com capilaridade no Brasil e na América Latina, visando aumentar a participação das receitas recorrentes de serviços.

Em outra via, as soluções de pagamentos (maquininhas) da empresa têm avançado entre adquirentes e subadquirentes. Apesar da pressão da concorrência, o faturamento nessa área avançou 121% entre janeiro e junho deste ano.

No primeiro semestre de 2024, a receita líquida da Positivo Tecnologia foi de R$ 1,82 bilhão, alta de 25,1% em comparação com igual período do ano passado. Na última linha do balanço, registrou lucro de R$ 69,2 milhões nos seis primeiros meses do ano, 131,8% acima do da mesma janela do ano passado.

Por: Daniela Rocha/InfoMoney